Gatilho

I'll never pull that trigger. Never.

Eu não sei bem de onde ele vem. Não sei durante quanto tempo ele fica. Mas quando vem... Ele vem atraente, sedutor... Me faz pensar só nele. Só que talvez aquilo fosse resolver todos os meus problemas, ou piorá-los mais ainda. Sempre dois extremos, nunca meio termo, nunca satisfeito. As vezes ele surge no meio da noite, durante o mais profundo sono, me fazendo acordar, tremer, chorar... As vezes ele surge no momento mais inoportuno, durante um abraço, em um lugar público, no trabalho... Sempre parecendo uma manada em debandada. Milhares de pensamentos correndo como se estivessem fugindo do terrível destino que os aguarda, o esquecimento. Talvez eu nunca saiba qual seja a sensação de seguir o gatilho, eu não tenho essa coragem, eu sou muito covarde pra isso. Engraçado que, ao escrever isso, novamente ele surge. Criando a tempestade. Criando as dúvidas, os medos, todos aos quais eu já estou acostumado, ou pelo menos devia estar.

Tudo bem se as pessoas me esquecerem.

Tudo bem se as pessoas seguirem em frente.

Tudo bem eu ser quem eu sou.

Tudo bem não estar bem.

Tá tudo bem.

Eu só não quero que essas coisas aconteçam. Mas eu nunca vou conseguir evitar que elas aconteçam... Nunca.